Informa Gol | Area dos Postadores : Cadastre-se | Login

Com ajuda de forças do além, dupla Ba-Vi busca objetivos nas Séries A e B

sábado, 26 de novembro de 2011

Compartilhar está Noticia com:

Enquanto o Vitória tenta surpreender e garantir uma vaga na Primeira Divisão, Bahia busca permanência na elite do futebol brasileiro


Há quem diga, no meio do futebol, que time ganha jogo e diretoria ganha campeonato. Mas, para alguns, a máxima não para por aí. Além de um bom time e de uma diretoria que aja do jeito certo e no momento adequado, é preciso ter também outro elemento: a fé.

E, neste ponto, o povo baiano sai na frente. Na terra onde o sincretismo religioso está presente em cada esquina, ele não poderia ficar de fora quando se trata do futebol. Ao longo de suas histórias, Bahia e Vitória sempre contaram com o apoio do além - ou pelo menos com o pedido dos fiéis.
Bahia caminhada torcida (Foto: Eric Luis Carvalho/Globoesporte.com )Neste ano, o Bahia realizou uma caminhada e uma missa na Igreja do Bonfim para comemorar os 80 anos do clube (Foto: Eric Luis Carvalho/Globoesporte.com )
Nesta semana decisiva para ambos, a história não poderia ser modificada. De um lado, o Bahia faz de tudo para se manter na Série A do Campeonato Brasileiro. Do outro, o Vitória tenta derrubar todos os prognósticos e conseguir a quarta vaga no G-4 da Segunda Divisão.
Legado histórico
A relação dos clubes baianos com a religião não é de hoje. Além da devoção dos dirigentes e as idas dos clubes à Igreja do Bonfim, há também alguns torcedores que costumam pedir uma ajudinha a mais para seu time do coração.
Destes, o que ficou mais conhecido foi Lourinho. O principal "trabalho" do torcedor histórico do Bahia, que faleceu este ano, foi na final do Campeonato Brasileiro de 1988. Dias antes da partida decisiva, ele repetiu o gesto que o consagrou e preparou alguns bonecos: amarrou as mãos e os pés das miniaturas de jogadores e vedou os olhos. A única diferença na mandinga era que a vítima não era o tradicional rival, o Vitória, mas sim o Internacional.
 

Foram 11 bonecos “preparados” pelo pai-de-santo tricolor, desde o goleiro Taffarel até o ponta Edu. Todos estavam “amarrados” - acreditassem ou não.

– Ele fez lá no boneco, mas a mim, não. Estou aqui bem disposto, bem feliz por mais uma vez participar da final e acho que chegou a hora de o Inter ser campeão. E nada de mão amarrada – afirmou rindo Taffarel em entrevista à Rede Globo já no gramado da Fonte Nova.

Coincidência ou não, o Bahia venceu aquela partida de virada, com dois gols do ídolo Bobô. Depois de minimizarem a mandinga baiana, os gaúchos tentaram preparar um troco na partida de volta, a que definiu o campeão nacional daquela temporada: um ebó foi preparado e depositado na entrada do vestiário tricolor no Estádio Beira Rio. Mas não adiantou: o Bahia ficou com a taça.

Apesar de o serviço ter dado certo, há quem diga que Lourinho fazia tudo apenas pelo dinheiro. Uma das pessoas a defender esta tese é Alvinho Barriga Mole, torcedor símbolo do Vitória - que foi, inclusive, grafitado pelo clube nos muros do Barradão. Ele pode ser visto a cada conquista do Rubro-Negro atravessando o gramado do Barradão de joelhos, com a imagem de Padre Cícero nas mãos.

Alvinho, aliás, esteve envolvido em um dos episódios que ficaram na história do futebol baiano. Na gestão de Rocha Pires na presidência do Vitória, era costume a dupla ir a Cachoreira, cidade no Recôncavo Baiano, para se consultar com um pai-de-santo local. As orientações eram cumpridas à risca.
Em uma delas, antes de um Ba-Vi na Fonte Nova, Alvinho ficou incumbido de levar um bode para o estádio. A determinação foi passada com a certeza de que obedecendo, o pedido seria atendido. Ele não pensou duas vezes: arrumou um bode, amarrou uma corda no pescoço do animal e o levou para o estádio. Só que o Bahia não fazia parte do acordo. Resultado: o Vitória perdeu mais um clássico e, no dia seguinte, o extinto Jornal da Bahia estampou na capa: “O bode de Alvinho deu bode”.
alvinho barriga mole, torcedor-símbolo do vitória (Foto: Raphael Carneiro/Globoesporte.com)Alvinho Barriga Mole e Padre Cícero: uma parceria sobrenatural pelo sucesso do Vitória (Foto: Raphael Carneiro / Ge)
Um ‘atraso’ para o rival

Além dos pedidos para seu time, há também aqueles torcedores que gostam de dificultar a vida do rival. E foi isso que um profissional da imprensa fez em 2004. Na luta para deixar a Série B, o Bahia enfrentou o Brasiliense na Fonte Nova com a necessidade de vencer para se classificar. Este profissional, que prefere não se identificar, é apaixonado pelo Vitória e deixou o coração falar mais alto.
– Levei dois bonecos cheios de alfinetes. Um era o goleiro, pra ele não pegar a bola, e o outro era o zagueiro, para dar pênalti, e um balaiozinho. Levei arruda, um monte de coisa lá – revela rindo.

Ele chegou cedo à Fonte Nova e deixou o trabalho em uma das traves. O material foi percebido por uma emissora de televisão e pelo árbitro da partida, que retirou tudo de lá.

– O juiz tirou, mas eu fui lá e coloquei de novo. Se tivessem me visto na hora não iria ter problema nenhum, eu falava que foi alguém que pediu para colocar aqui – afirma.

Ele também lembra outro caso curioso:

- Mauro Fernandes, quando estava no Bahia na Série C, foi na Igreja do Bonfim para que o time subisse. Depois, ele voltou lá na igreja para agradecer o acesso, mas pelo Vitória - conta.

Fé reforçada no final do ano

Com a dupla Ba-Vi em situação delicada neste final de ano, tanto na Série A quanto na Série B, os casos do passado voltam a ser lembrados para tentar ajudar. No Bahia, o roupeiro Mário é o responsável por fazer a reza no vestiário. Aprendiz do antigo massagista Alemão, que acendia velas para as imagens de Santo Antônio e São Jorge e passava alfazema nos jogadores e camisas do time, Mário repete as crendices e é o responsável por preparar o lado religioso do vestiário antes das partidas.

No Vitória, a preparação no vestiário é feita de forma semelhante. A diferença é que, no lado rubro-negro, as imagens são de Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Vitória e Irmã Dulce. Além disto, o clube conta com outra arma: há anos, uma conselheira do Rubro-Negro faz orações frequentes em todas as dependências da Toca do Leão. Quando chega ao clube para esta missão, ela passa pelos vestiários, campo do Barradão e arquibancadas do estádio.
No que depender do campo religioso, Bahia e Vitória estão bem protegidos para conquistar seus objetivos nestas últimas rodadas das Séries A e B. Em busca de um Ba-Vi na Primeira Divisão, vale de tudo para desmistificar a consagrada frase do botafoguense Neném Prancha: “Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano terminaria empatado”.
Fonte:Ge

twitter delicious facebook digg stumbleupon favorites

0 comentários:

Postar um comentário

Affiliates



Facebook Pages

/Escolha Seu Idioma

mais lidas